Crise econômica inviabiliza a realização dos desfiles de Carnaval

Secretaria de Cultura

04 de janeiro de 2017

O prefeito de Mogi das Cruzes, Marcus Melo, recebeu, na manhã desta quarta-feira (04/01), representantes das escolas de samba da cidade, para falar sobre os desfiles do Carnaval 2017. Melo reiterou que a decisão de suspender as apresentações na Avenida Cívica se deu em virtude do difícil momento econômico no país, da queda na arrecadação do município e a consequente necessidade de reduzir gastos. O secretário municipal de Cultura, Mateus Sartori, acompanhou o encontro. Para realizar os dois dias de evento seria necessário que a Prefeitura desembolsasse R$ 1,2 milhão. Este valor equivale ao custo de um mês de funcionamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Oropó, ou dois meses da Unidade Clínica Ambulatorial (UNICA), de Jundiapeba, ou ainda um mês de coleta do lixo domiciliar do município, ou pelo gasto com limpeza e manutenção de todos os espaços públicos da cidade por 10 meses, por exemplo.

"Gostaria que vocês entendessem a nossa posição. Temos grandes responsabilidades pela frente e, neste difícil momento da economia, que não é exclusividade de Mogi das Cruzes, precisamos fazer escolhas, para poder manter em funcionamento equipamentos e serviços essenciais de atendimento à população. O investimento em dois dias de desfiles na Avenida Cívica custeia, por exemplo, um mês da nossa merenda escolar. Também conheço e respeito o trabalho desenvolvido pelas escolas de samba da cidade. Essa não foi uma decisão fácil de ser tomada", afirmou.

Melo explicou que a suspensão foi comunicada oficialmente às escolas de samba no dia 13 de dezembro de 2016 pois, antes disso, a Prefeitura estudou todas as alternativas possíveis, com a intenção de viabilizar a realização dos desfiles neste ano. "Nossa vontade é, e sempre foi, de fazer o Carnaval. É uma festa popular, que faz parte da nossa cultura, da nossa memória e da agenda cultural do município. Por isso, fizemos pelo menos sete reuniões com a Secretaria de Finanças, cogitamos reduzir para um dia, diminuir estrutura. Enfim, estudamos todas as possibilidades, pois queríamos fazer", destacou.

Ao ser questionado pelos representantes das agremiações sobre a possibilidade de fazer os desfiles com uma estrutura reduzida, o prefeito disse que a estrutura é necessária e obrigatória para garantir a segurança das pessoas que comparecem anualmente à Avenida Cívica para participar e assistir às apresentações das agremiações carnavalescas. O secretário de Cultura, Mateus Sartori, detalhou que existem custos embutidos na realização dos desfiles na Avenida Cívica, que não podem ser cortados. A Prefeitura é obrigada, por exemplo, a instalar geradores na Avenida Cívica durante a realização dos desfiles, para manter toda a região do Mogilar iluminada, caso haja uma queda de energia. Também há custos não tão visíveis, como mão de obra, alimentação e água para as equipes que trabalham em regime de plantão.

Melo lembrou também do grande avanço obtido na realização do Carnaval de Mogi das Cruzes e elogiou a desenvoltura e o profissionalismo das escolas de samba da cidade hoje em dia. Antigamente, o Carnaval de Mogi era organizado por uma entidade (Associação Mogiana de Escolas de Samba e Blocos), depois passou a ser responsabilidade da Prefeitura e, a partir de 2013, passou a ser um programa específico, o que fez com que as escolas de samba pudessem a desenvolver trabalhos mais técnicos e profissionais, com grande foco no envolvimento de suas respectivas comunidades. "O trabalho que vocês desenvolvem com as comunidades é muito importante, pois envolve arte, cultura, esporte e ajuda na formação de cidadãos. Por favor, não deixem de fazer só porque não haverá desfiles neste ano. Isso é algo que deve ser perpetuado", pediu o prefeito.

Ele sugeriu também que as escolas façam parcerias entre si e promovam, nos dias de Carnaval, eventos em suas respectivas quadras e espaços de ensaio. Representaram as agremiações carnavalescas durante o encontro Anete Maria da Rocha Vasconcelos, da escola de samba Guerreiras de Fogo, Daniel de Morais, da agremiação Imperatriz do Rodeio, Emerson Silva, da Unidos da Vila Industrial e José Antonio, da Estação Primeira de Brás Cubas. (LMS)