Festival celebra a Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha com noite emocionante

Secretaria da Mulher

Evento marcou a luta contra racismo, sexismo e a desigualdade de gênero

01 de agosto de 2025
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Uma noite repleta de emoção, cultura e acolhimento finalizou as comemorações em torno do Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, nesta quinta-feira (31/07). O Festival, realizado no auditório do Cemforpe, reuniu homenageadas, autoridades e convidados para momentos de reflexão, sobre a necessidade de seguir lutando contra racismo, sexismo e a desigualdade de gênero que ainda afetam as mulheres negras. 

A prefeita Mara Bertaiolli prestigiou o evento realizado pela Prefeitura de Mogi das Cruzes, por meio das Secretarias Municipais da Mulher e de Cultura, em parceria com o Compir – Conselho  Municipal de Promoção da Igualdade Racial. “Eu não tenho condições de sentir o que vocês sentem, mas vocês têm o meu respeito e o meu compromisso de caminharmos juntas por mais políticas públicas que possam garantir escuta, acolhimento e inclusão”, afirmou.

Primeira prefeita mulher de Mogi das Cruzes, Mara foi responsável pela criação da primeira Secretaria Municipal da Mulher, comandada pela educadora Lívia Bolina, que também é uma mulher preta. Na abertura do Festival, Lívia falou sobre a importância da data. “A mulher preta ainda está em último lugar no mercado de trabalho, tem cargos com menores salários e nas menores categorias. Essa é uma noite para celebrarmos nossa ancestralidade e renovar a força e a esperança no futuro”, ressaltou Lívia. 

O Festival da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha começou com uma homenagem preparada pelo Compir para 10 mulheres negras que fizeram a diferença em Mogi das Cruzes. Suas trajetórias de coragem e compromisso com a comunidade, se destacam como verdadeiras líderes e símbolos da transformação social. “São mães, educadoras, trabalhadoras, artistas e ativistas que estão contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e antirracista”, explica a presidente do Conselho, Jannes Rodrigues. 

Após as homenagens, o público pode desfrutar das apresentações culturais. 
Maristela Pinho da Silva, conhecida como Maristela Afro, interpretou canções de Clara Nunes, como o Canto das Três Raças. A dança afro “A Canoa” foi coordenada por Cleiton Costa, bailarino e coreógrafo com experiência internacional, no palco com seus alunos da Associação Beneficente Comunitária Santo Ângelo. O encerramento foi conduzido pela cantora Emy Marques, com músicas da Alcione e uma homenagem especial à Preta Gil. 


Conheça as homenageadas: 

    • Evelyn Pinheiro: Mulher preta, cis, lésbica e periférica, nascida na Cidade Tiradentes e moradora em Mogi das Cruzes desde 2012. Psicóloga com mestrado em Psicologia da Educação, é militante do movimento social de mulheres e co-coordenadora das Promotoras Legais Populares de Mogi. Trabalha e acredita na escola como espaço de acolhimento e escuta.
    • Graciana Teixeira: Mineira de nascimento, chegou a São Paulo aos três anos de idade. Foi aluna do Sesi, onde jogou vôlei por muitos anos. É servidora pública há 34 anos e atualmente atua no Hospital Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti.
    • Lívia Bolina: Empresária com 33 anos de experiência na área da educação e ampla trajetória em gestão escolar, formação de professores e desenvolvimento pedagógico. Mulher negra e atual secretária da Mulher da Prefeitura de Mogi das Cruzes, atua com a responsabilidade de abrir novos caminhos para outras mulheres negras.
    • Mari Mendes (homenagem póstuma): Foi uma mulher negra, professora da rede municipal e militante incansável pelas causas sociais. Atuou com firmeza na luta antirracista, feminista e em defesa da população LGBTQIAPN+, tornando-se referência para muitas mulheres negras periféricas de Mogi das Cruzes. Faleceu em 2021, mas permanece viva na memória de quem segue a sua caminhada.
    • Maristela Afro: Professora e artista visual, despertou para a pauta racial em 2003, ao ser convidada para realizar um trabalho sobre cultura negra na escola onde lecionava. Iniciou as ações com o Projeto Retalhos Étnicos, que unia arte, educação e identidade a partir de materiais trazidos pelos alunos. Passou a realizar exposições e palestras sobre o povo negro em todo o Brasil, com publicações em revistas científicas.
    • Mariza Moreira: Mulher preta, periférica, mãe de três homens e casada há 38 anos. Costureira desde cedo, sempre conciliou o trabalho com os cuidados da família e, aos 48 anos, decidiu se reinventar e ingressou na Faculdade de Filosofia. Nesse espaço, reconheceu sua voz, seu lugar e a força que sempre teve.
    • Raquel Ribeiro: Mulher preta, macumbeira, cantora e compositora, nascida em Santo André e moradora de Mogi das Cruzes. Cresceu em uma casa onde o orgulho da cor e da cultura eram ensinamentos diários.
    • Rose Nery: Mulher preta, periférica, mãe de seis filhos. Ficou órfã aos seis anos e começou a trabalhar aos 13. Retornou aos estudos somente na vida adulta, depois dos filhos formados. Formada em Teologia e estudante de Sociologia, assumiu a Comunidade Negra de Mogi das Cruzes durante a pandemia, dando continuidade à luta iniciada por seu tio.
    • Sidineia Santos : Moradora do Jardim Santa Tereza, 61 anos, é mestra da Congada do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes. Trabalha como diarista durante a semana e dedica os finais de semana à congada. Seu grupo hoje está na terceira geração de sua família, graças ao seu empenho em manter a tradição.
    • Thaís Silva: Maquiadora e especialista em beleza negra. Após anos no comércio, foi na maternidade e em uma demissão inesperada que encontrou um novo caminho. Seu trabalho atualmente ajuda mulheres a se reconhecerem e se sentirem representadas.